MIGUEL GONÇALVES MENDES


Nascido em 1978, na Covilhã, Miguel Gonçalves Mendes estudou Realização (especialização em montagem) na Escola Superior de Teatro e Cinema. Grande parte do seu trabalho documental resultou no retrato de vários ícones da cultura portuguesa. Além de Saramago (“José e Pilar”), traçou o retrato de Eduardo Lourenço ("O Labirinto da Saudade"), Mário Cesariny ("Autografia") e Álvaro Siza Vieira ("O Labirinto da Saudade”). Com uma carreira de mais de vinte anos, soma já a realização de 6 longas metragens, várias curtas e videoclipes - a que se soma a produção de filmes de outros realizadores. Mantém colaborações regulares com as produtoras El Deseo (Irmãos Almodóvar, Espanha) e O2 Filmes (produtora de Fernando Meirelles, Brasil). Foi convidado pela National Geographic Brasil para realizar um documentário sobre a educação no país, e quatro dos seus filmes integram o Plano Nacional de Cinema e o currículo escolar.

Em 2004, lançou o documentário Autografia sobre o poeta e pintor Mário Cesariny, com o qual venceu o prémio de melhor documentário no Doclisboa. O seu filme Floripes, lançado em 2007, foi a sua primeira produção híbrida (documentário-ficção), formato que o realizador passaria a explorar.

Em 2011, estreou o seu projeto José e Pilar, em coprodução com a O2 Filmes e a El Deseo. Aclamado internacionalmente pela crítica e pelo público, o filme colecionou prémios em diversos festivais e foi selecionado para representar Portugal na categoria de Melhor Filme Estrangeiro ao Óscar de 2012.

Entre os seus trabalhos mais experimentais está a série Nada Tenho de Meu - diário de viagem ao extremo oriente, exibida pelo Canal Brasil em 2013 e pela RTP em 2014 - , e a direção de um episódio da série A Verdade de Cada Um, produzida pela O2 Filmes para o canal FOX/Net Geo.

Em 2017, realizou para a RTP o irónico mini doc Fátima LDA, no âmbito do centenário das aparições. No ano seguinte, adaptou para o cinema “O Labirinto da Saudade”, livro de Eduardo Lourenço, protagonizado pelo próprio e vencedor do prémio Sophia para melhor documentário, atribuído pela Academia Portuguesa de Cinema.

Atualmente, encontra-se em fase de pós-produção de “O Sentido da Vida”, filme com estreia prevista em 2025 e no qual trabalhou com personalidades como o advogado de direitos humanos Baltasar Garzón, a ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff ou o astronauta dinamarquês Andreas Mogensen. Entre os maiores feitos desta longa-metragem, destaca-se a instalação na Estação Espacial Internacional de uma obra de arte de Vhils.

Para além de realizador, Miguel Gonçalves Mendes lecionou em várias universidades, publicou livros e fez curadorias de exposições. As suas obras foram exibidas no MoMA em Nova Iorque, em Los Angeles e nas principais instituições culturais brasileiras.
A sua exposição “Pontos de Vista”, sobre José Saramago, com inauguração em São Paulo no Farol Santander, e em mais de três cidades do Brasil, teve mais de 150 mil visitantes.

Actualmente prepara duas novas longas-metragens de ficção: a adaptação ao cinema de ”O evangelho segundo Jesus Cristo" de José Saramago e o filme “Boa Rapariga” uma ficção histórica sobre a Marquesa de Alorna - interpretada por Dalila Carmo - com argumento original de Rui Cardoso Martins - produzido por Maria João Mayer.